Que tipo de líder a Igreja Brasileira pode (e deve) oferecer à vida pública do país?
“Qual o maior desafio do líder hoje?” foi uma pergunta feita por um aluno e que me arrasta, neste último artigo desta série, a outra indagação: que tipo de líder a Igreja Brasileira pode (e deve) oferecer à vida pública do país?
Não estou dizendo que faltam pessoas do sexo masculino. Estou afirmando que a Igreja foi atingida em cheio pela revolução sexual desde a década de 60; a Igreja sucumbiu à inversão de valores que ocorreu dentro das próprias casas dos crentes; a Igreja desabou diante da confusão ideológica sobre o tema de gênero e papéis sexuais promovidos pela reengenharia social.
A luta pelo poder, disfarçada sob a bandeira dos direitos igualitários da mulher, contribuiu, principalmente, para uma anulação dos papéis masculinos do homem como líder, uma vez que, biblicamente, ele era o único responsabilizado por Deus a prestar contas da saúde espiritual do seu lar. Os homens foram feminizados no papel que lhes cabia e isso teve consequências imediatas e nocivas na sociedade e na Igreja.
A verdade é que a desconstrução da responsabilidade masculina na sociedade e na família coincidiu com o despojamento da liderança que cabia ao homem, oficialmente, na Igreja.
Essa reengenharia foi muito bem feita, porque ela conseguiu o apoio da própria igreja. A partir do momento que, na Constituição, cristaliza-se que o homem deixa de ser o “cabeça” do lar, por que deveria continuar a ser o líder na Igreja? Afinal, “o mundo todo está mudando”!
A resposta dada por muitas denominações foi totalmente equivocada, porque não era bíblica. Começamos a pautar a Igreja segundo a receita dada pelo mundo. Mudamos, porque o mundo mudou. Quando, na verdade, o Chamado era para que evangelizássemos o mundo, pois deveríamos deixar claro que a Igreja não iria mudar, ela não iria negociar seus valores, ela não iria se conformar com o mundo (Rm 12).
Será que ninguém percebe que, quando é a sociedade quem dita o que a Bíblia deve dizer de “relevante”, orientada pelos “anseios” do mundo, é a autoridade da Palavra que sucumbe?
Se cedemos aos argumentos humanos de que “todo mundo faz”; se confundimos os textos bíblicos que falam sobre situações de exceção; se não discernimos entre o que são ordens para a Igreja e o que são ordens exclusivas à nação de Israel daquele tempo; se não fazemos diferença entre o dom do Espírito Santo e o ofício do pastorado (leia I Tm 3); e, finalmente, se não criamos os meninos da Igreja para serem “cabeça” e as meninas para serem submissas (Ef 5: 21ss), o que iremos oferecer à vida pública, a não ser uma porta aberta para aceitarmos a ordenação gay e tudo o mais que o mundanismo nos impõe?
“Qual o maior desafio do líder hoje”? Voltar-se à Palavra de Deus, apesar da Igreja. Insistir em pregar o que lhe foi ensinado e o que ele aprendeu com os gigantes da fé do passado, a despeito da pressão do próprio povo da Igreja. Não ceder aos apelos “dos novos tempos”, ainda que o preço seja o ostracismo e a solidão profética. São estes os nossos tempos.
Não removas os antigos limites que teus pais fizeram (Pv 22:28).
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